Encosta-te a mim...
Encosta-te a mim,
nós já vivemos cem mil anos.
Encosta-te a mim,
talvez eu esteja a exagerar.
Encosta-te a mim,
dá cabo dos teus desenganos,
não queiras ver quem eu não sou,
deixa-me chegar.
Chegado da guerra,
fiz tudo p´ra sobreviver em nome da terra,
no fundo p´ra te merecer.
Recebe-me bem,
não desencantes os meus passos,
faz de mim o teu herói,
não quero adormecer.
Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo.
O que não vivi,
hei-de inventar contigo.
Sei que não sei,
às vezes entender o teu olhar,
mas quero-te bem,
encosta-te a mim...
Encosta-te a mim,
desatinamos tantas vezes,
vizinha de mim,
deixa ser meu o teu quintal,
recebe esta pomba
que não está armadilhada,
foi comprada, foi roubada,
seja como for.
Eu venho do nada
porque arrasei o que não quis
em nome da estrada,
onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim,
vai desarmar a flor queimada,
vai beijar o homem-bomba,
quero adormecer.
Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo.
O que não vivi,
um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei,
às vezes entender o teu olhar,
mas quero-te bem,
encosta-te a mim...
Jorge Palma
1 Comentários:
Às 7:50 da tarde , Maggs disse...
este Palma também está lá!;) obrigada pelo encosto!;)
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