O Blog da Isaurinha

«Arriscar-se é perder o pé por algum tempo. Não se arriscar é perder a vida» S. Kierkegaard

quarta-feira, setembro 05, 2007

@home (alone)

Nova casa. Novo tecto. Novo lar ainda a ser construído, moldado à nossa imagem.
Já foi a tua casa. Já deu tecto aos sonhos d alguém que não eu.
Hoje veste outra cor. A da felicidade. As paredes enchem-se de nós. Dos nossos sorrisos. Dos nossos retratos, espelho de uma alma que vive em Paz!
Em algum, pouco, tempo, queremos que mais sorrisos se juntem ao nosso, venham inundar este espaço, agora tão vazio. Quero que seja não "este" em concreto, sabes que desejo aquele "outro" que ainda não chegou.
Partes, e tens partido quase diariamente no último mês. Fico aqui, sei que estás comigo, mas eu aqui sozinha, olho em redor...vejo imagens de fantasmas mais presentes que gostaria. Uma dança das cadeiras que teima em não acabar. Corpos em movimento que me tentam intimidar. Não os posso deixar vencer. Luto para os afastar. Mas novamente só, sinto-me frágil, fraca mesmo, e eles surgem como que para me acompanhar. A cada passo, em cada lugar...
Ainda agora aqui estavas, daqui a pouco voltarás..."Pouco"...o tempo é mesmo tão relativo. Há coisas que apenas fazem sentido real, embora as entendamos desde sempre, depois de vividas. A questão da relatividade do tempo é uma delas. No último ano e pouco essa relativização tem sido um desafio na inha vida. Sinto que falta uma eternidade para te voltar a abraçar, a sentir respirar, a beijar... E da próxima, que serão próximas vezes? E quando for eu a partir, a olhar para trás? Que sentirás quando durante o dia eu não estiver, quando à noite eu não chegar. Uma noite e outra noite e mais outra. Sentirás tu a minha falta? A ausência do meu cheiro, do meu corpo que não está? De mim?
Disfuncional. Porquê? Não sei. Porquê que amar, amar sem saber o fim me faz assim ficar?
Vou tentar...Tenho os dias cheios. As noites demasiado longas sem ti a meu lado para me abraçar. Sei que queres que seja eu. Com energia e garra. Lutar, alcançar! Tentá-lo-ei por ti. Sabes como me sinto, sabes o que gostaria de fazer...
Ajuda-me.
Volta depressa para mim!

P.S: Lel, não consigo parar de chorar...(já não sou forte....)

1 Comentários:

  • Às 6:47 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

    Escreves bem! Uma casa! Já vivi em algumas! O que é uma casa! Paredes e tectos e chão com meia dúzia de vidros para sonhar. Eis o que esta casa foi e era...
    Agora é um lar!! Feito de paredes e tectos e chão com meia dúzia de vidros! Mas já não para sonhar! Agora estes vidros servem apenas para deixar ver a Vida que corre nestas paresdes!Inês, esta casa é agora um lar. A palavra será tão pirosa quanto os invejosos possam quere pensar, mas o poder que a torna assim é tão mais intenso quanto nós queiramos...
    Há um ano estava a ir jantar contigo ao Colombo...não pensando verdadeiramente do remoinho de emoções que estava a despertar... Hoje estamos casados, para mim as prioridades mudaram (mesmo que isso não te seja líquido, e se assim o pensas, então terás razão)e eu sorrio! Sorrio com a certeza do meu amor, da minha decisão e do futuro. Esse futuro que sei será melhor que o presente! Sei que o que atravessas não se deve em exclusivo a mim! Não me tenho em tão grande conta para pensar que tudo de bom ou de mau na tua vida se deve a mim! Mas quero ajudar-te em tudo o que eu possa e tu precises! A começar por mim!Se há uns meses demos este passo, foi para estarmos juntos...mesmo quando não estamos (vezes que são em excesso)!
    Com muitas saudades da noite que ainda tarda...

     

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